
Por um lado temos o conceito de sexualidade em um sentido amplo, abarcando as características físicas e psíquicas resultantes da preponderância no organismo do indivíduo de hormônios masculinos e femininos. Neste sentido amplo, considera-se o ser humano como um ser eminentemente sexual, e sexual toda interação social. A sexualidade aqui tem uma dimensão neutra, como condição básica do ser. Diferencia-se, portanto, sexualidade de sensualidade, que é um sinônimo de lascívia, volúpia, lubricidade, sexocentrismo e amoralismo. O ser sexual é uma condição humana; o ser sensual é uma condição de pecado.
Libido é definida como “nome dado em Psicanálise a energia através da qual o instinto sexual se expressa, instinto sexual, energia psíquica que tende a perpetuação da vida”. Nós possuímos libido. Todos é portadores dessa energia, que pode ser usada, reprimida ou sublimada. O conceito negativo correspondente é o de libidinagem, como uso desenfreado e amoral da libido. Como se vê, há conceitos positivos e negativos. Há o dado natural, neutro, e há o seu mau uso e excesso. Não se devem confundir alhos com bugalhos, e combater o dado natural por confundi-lo com seu mau uso. Em assim sendo, não cabe ao cristão ter uma visão depreciativa dos aspectos somáticos de sua personalidade.
No Novo Testamento usa o termo Ágape, significando a entrega de si mesmo ao outro, independentemente da qualidade do outro. É a expressão usada para explicar o amor de Deus pelos homens, na entrega do Filho, e o amor que quer derramar entre os homens, pela ação do Espírito no coração dos convertidos. O platonismo no meio evangélico tem procurado separar Eros de Ágape, depreciando o primeiro e exaltando o segundo. Não é esse o ensino da literatura bíblica (Cânticos, Provérbios e Eclesiastes), onde não há lugar para os excessos e perversões, assim como para certo tipo de ascetismo. Nós, como cristãos bíblicos não podemos separar Eros de Ágape, nem podemos opor Ágape a Eros. Ambos se completam e constituem os dois elementos básicos, indissolúveis, do amor entre um homem e uma mulher.
Não somos sensuais, libidinosos e seguidores da onda de erotismo, mas pela graça de Deus e por sua vontade, somos portadores de uma sexualidade, de uma libido e de um Eros que integram nossa dimensão de humanos, se fazem presente no nosso relacionamento, no nosso sentimento, no nosso amor.
Gostei muito da matéria pois ela vem pra tirar algumas dúvidas sobre o assunto "sexualidade" que é tão pouco comentada também por nós jovens, deixamos de lado e erramos ou acertamos "sem querer", e por falta de conhecimento e estudo. Eu acredito que esse blog vai crescer muito ainda pois as postagens são sempre muito inteligentes e abordam assuntos tão pouco comentados.
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